Uma paixão pelas artes. Alguns causos contados pelos avós. Uma viagem no cinema com “Labirinto – A Magia do Tempo”. Um manifesto pela p...

12:58:00 by marcelo engster

Uma paixão pelas artes. Alguns causos contados pelos avós. Uma viagem no cinema com “Labirinto – A Magia do Tempo”. Um manifesto pela produção de guerrilha, de baixo orçamento. Uma parceria nascida na faculdade. E no meio disso tudo, juntando referências de todas as partes, Joel Caetano.
Diretor de curtas como “Gato”, “Encosto”, “Judas” e do segmento “A Loira do Banheiro” do longa “As Fábulas Negras”, Joel é um dos expoentes da nova geração do cinema de terror nacional. Seus trabalhos rodam por diversos festivais, levantam importantes prêmios e conquistam fãs por todo o país.
Conversamos com o realizador sobre os processos criativos que envolvem sua obra. 


Como você começou a trabalhar com cinema?
Sempre gostei de cinema, mas quando jovem não imaginava que um dia iria produzir um filme, pois  parecia algo muito distante da minha realidade. Essa condição só mudou quando resolvi ingressar na faculdade.
Eu queria fazer algum curso de artes devido a minha paixão pela escrita, desenho e música, mas não sabia ainda qual seria. A princípio me senti inclinado a escolher artes plásticas, mas logo mudei de ideia ao conhecer o audiovisual, pois unia tudo o que eu mais gostava, imagens, sons e movimento. A identificação foi imediata, pela primeira vez na vida percebi que aquele era o meu lugar no mundo.
O curso abriu a minha mente para diversas possibilidades, mas a minha paixão pelo cinema falou mais alto e logo no primeiro ano, mesmo sem muita experiência eu e Mariana Zani (minha sócia até hoje) nos juntamos a alguns amigos e fundamos a Recuso Zero Produções, que era uma espécie de  manifesto ao cinema sem recursos, feito na guerrilha. Hoje em dia ainda usamos a sigla  RZP Filmes, mas as produções não são mais “recurso zero” como antes. A empresa já completou 17 anos e se tornou uma produtora de cinema e cursos presenciais e já exibiu seus filmes em diversos festivais pelo mundo, atendendo várias cidades levando cursos e palestras relacionados a sétima arte por todo o Brasil. 

Costumo anotar tudo o que considero relevante e quando sinto que tenho material suficiente, começo a escrever o argumento.

Como é seu processo criativo? Você tem uma rotina de criação? Tem metas? Como fazer pra chegar da ideia ao roteiro?
Normalmente as minhas ideias vêm em momentos mais inusitados. Pode ser ouvindo uma música, tomando banho, ou até antes de dormir. Costumo anotar tudo o que considero relevante e quando sinto que tenho material suficiente, começo a escrever o argumento. Depois que tenho esse material, procuro saber quem são essas personagens, escrevo uma espécie de dossiê de cada um deles e só a partir daí eu começo a escrever o roteiro. Esse processo de saber quem são esses agentes da história é muito importante para mim, pois determina as escolhas  que eles vão tomar dentro da narrativa proposta e em muitos casos até mudá-la. Tendo esse material na mão, fica mais fácil escrever o roteiro. Tento balancear bem a história que quero contar com as ações dessas personagens que nem sempre estão a favor da narrativa que eu havia pensado anteriormente. É um jogo interessante e muito excitante.
Em relação as metas, como trabalhei muito tempo em uma produtora de filmes institucionais e publicidade, onde geralmente os prazos são muito rígidos, consegui desenvolver uma disciplina que me ajuda a cumprir metas sem problemas. Mas é claro que tudo depende muito do projeto. Tem histórias que passo anos escrevendo, e outras que surgem rapidamente de acordo com uma necessidade específica. Vou dar dois exemplos:
No caso do curta-metragem JUDAS (2015), eu estava conversando com alguns amigos em um bar e contei uma historia de quando criança, construí um boneco e não tive coragem de malhá-lo por não ver sentido naquela violência gratuita. Foi unânime, todos acharam que daria um bom filme, aí foi só sentar e escrever. Como era um projeto sem muitas pretensões, não me preocupei muito com metas, somente em desenvolver bem a ideia. De qualquer forma, escrever foi bem rápido e com o roteiro nas mãos, é só começar o processo técnico de pré-produção, que varia de acordo com o tamanho da obra que iremos realizar. Esse filme teve um pré de uns 6 meses, pois o ator principal se machucou e tivemos que esperar, apesar disso, quando começamos a filmar levou apenas 5 dias para realiza-lo.
No caso de “A loira do Banheiro” para a antologia “As Fábulas Negras” de 2015 fiz sob encomenda, então tinha um prazo predeterminado. Eu não tinha nenhuma história, recebei o tema do Rodrigo Aragão e comecei a desenvolver o roteiro por meio de pesquisa sobre a lenda. Tudo foi um pouco mais complexo e levou mais tempo, em média uns 6 meses para finalizar o roteiro. Eu tive que me adequar também as peculiaridades da antologia e as restrições orçamentárias, procurando extrair o máximo do que eu teria em mãos na hora de dirigir o filme. Foi um exercício muito bom e tenho muito orgulho do resultado final. O filme foi filmado em 6 dias, e a edição levou uns 4 meses para ficar pronta.



Quais temas gosta de abordar?
Gosto de abordar o psicológico das personagens, criando uma linha tênue entre a realidade e fantasia que muitas vezes é representada pela dicotomia entre o belo e o grotesco.

O primeiro contato que tive com histórias de ficção foi com meus avós que adoravam contar “causos” reunindo os netos para narrar histórias

Quais suas principais referências? O que te inspira?
O primeiro contato que tive com histórias de ficção foi com meus avós que adoravam contar “causos” reunindo os netos para narrar histórias sobre os ataques de Cangaceiros, Lobisomens, “Visagens” e do Papa-Figo (antiga lenda do folclore nordestino equivalente ao velho do saco). Isso com certeza faz parte do que me define como artista até hoje.
Quando criança descobri que tinha aptidão para o desenho e influenciado pelas revistas, animações e filmes da década de 1980, comecei a produzir minhas próprias histórias em quadrinhos. Naquela época as crianças podiam ver de tudo na TV (não estou julgando se era certo ou errado, mas era um fato), desde comédia adolescente sacana, passando por filmes violentos de ação, fantasia, épicos espaciais, aventura até chegar aos filmes de terror sangrentos/assustadores. Com certeza isso foi muito crucial para minha formação também.
Outra influência muito forte na minha carreira foram os primeiros filmes que vi no cinema. Fiquei encantado quando (aos 10 anos de idade) me deparei com o filme “Labirinto - A Magia do tempo” de Jim Henson (1986). Foi um experiência inesquecível. Me lembro de ficar tão impressionado que comecei a ter uma espécie de ilusão com as criaturas do filme, chegando a vê-las sentadas ao meu lado nas poltronas da sala de cinema. Era como se eu tivesse atravessado a barreira da entre sonho e realidade (o que diz muito sobre as minhas escolhas como artista)! Já o segundo que assisti foi “Robocop - O Policial do Futuro” de 1987 do diretor Paul Verhoeven. Levei um tremendo choque ao ter contato com toda aquela violência gráfica, mas de alguma forma, apesar de muito jovem, entendi a proposta do filme e consegui enxergar naquele espetáculo sangrento uma critica divertida a nossa sociedade.
Mais tarde, quando meu pai finalmente comprou um aparelho de videocassete, tive acesso a uma grande quantidade de filmes em VHS. A possibilidade de assistir repetidas vezes os meus filmes favoritos se tornou um prazer que carrego até hoje. Foi meu momento de devorar cinema ferozmente, chegando a assistir diversos filmes por dia. Eu me lembro que ele tinha a trilogia de Star Wars (que eu só tinha assistido na TV), que eu via repetidamente toda a semana, era muito divertido. Foi nessa época também que revi sem parar vários filmes de terror, como Evil Dead (1981), Fome Animal (1992), Hellraiser (1987), A hora do Pesadelo (1984), A volta dos Mortos Vivos (1985), Alien (1979) entre outros que moldaram meu gosto pelo gênero.
Por fim, quando ingressei na faculdade, procurei assistir todo tipo de filme possível, criando um repertório que embora tenha base nos filmes que vi na infância, foi ampliado de forma definitiva nesse período, o que com certeza apurou ainda mais meu senso crítico e artístico.

A Loira do Banheiro
Você faz alguma pesquisa para suas histórias?
Sim, acho uma parte crucial do processo, pois muitas vezes não dominamos completamente determinados assuntos, e a pesquisa nos ajuda a escrever com mais propriedade e verossimilhança.
No curta-metragem “ENCOSTO” (2013) por exemplo, pesquisei muito sobre o Candomblé, com intuito de fazer algo que representasse a religião com respeito e fidelidade visual (nesse caso não reproduzimos nenhum ritual existente, somente usamos elementos do candomblé para criarmos nosso próprio fictício). Dessa forma, pude representar as lindas cores e elementos dessa religião de uma forma fictícia com muito cuidado e sem perder o foco na assustadora história que eu desejava contar.
Já no “JUDAS” li muito sobre o assunto com intuito de usar essa tradição da malhação do boneco como uma metáfora para a banalização da violência e abuso do trabalho infantil. Era importante explicar no filme de onde vinha essa tradição, e a melhor forma que achei foi usar trechos de áudio de reportagens sobre o assunto, já que um das personagens está assistindo TV.
Em “A loira do Banheiro” a pesquisa serviu para reunir as diversas versões da lenda para então, baseado nessa leitura construir a minha própria história. Como é uma lenda que tem diversas versões, tentei integrar as duas mais famosas no filme, a loira do banheiro, da professora que foi enterrada na escola e da menina do algodão, que só se acalma quando estancam o sangue de suas feridas com algodão.

Encosto
O que faz quando tem o famoso branco?
Eu procuro analisar o projeto como um todo e usar a técnica narrativa para pelo menos dar prosseguimento na história. Depois volto a esse ponto, com a mente mais clara e vejo se há como melhorar o que foi escrito. São raros os momentos em que eu preciso dar um tempo muito grande para voltar a escrever, mas pode acontecer. Acho que são nesses momentos que o preparo técnico mais nos auxilia, por isso é sempre muito importante estudar bastante os livros teóricos de roteiro e fazer cursos sobre o assunto.

Geralmente bons personagens fazem boas histórias, o contrário acho mais difícil.

Qual a importância das personagens para as histórias? Qual seu trabalho de desenvolvimento de personagens?
Personagens são tudo na história. Elas determinam os caminhos a serem tomados e a partir delas é que se constrói a narrativa. Por isso, depois que escrevo o argumento, que é a ideia central da história com começo, meio e fim (ou não, se por acaso estiver escrevendo uma história que desconstrói essa estrutura), procuro trabalhar bastante nas personagens determinando todas as nuances de suas personalidades baseadas em suas histórias de vida. Isso ajuda muito na hora de escrever o roteiro, que muitas vezes, toma rumos diferentes do que eu havia escrito no argumento baseado nas personalidades dessas personagens. Geralmente bons personagens fazem boas histórias, o contrário acho mais difícil.

Existe uma ilusão de que set de filmagem é uma loucura, com diretor fazendo escândalo, atores problemáticos e equipe de malucos que fazem tudo de forma aleatória. Isso é a mais pura bobagem.

E como sair do roteiro para as telas?
Com um bom roteiro nas mãos começamos o processo técnico, que é decupar esse material de forma organizada e sistemática para se realizar o filme. É um momento que demanda muita atenção, pois temos que fazer a nossa produção caber dentro do orçamento proposto. É um quebra cabeça que deve ser feito com muito cuidado nos detalhes.
A primeira coisa que faço é determinar quais os planos que vou usar em cada cena. No meu caso, depois desse processo, desenho o storyboard. A partir dos desenhos já tenho uma ideia do tamanho da produção e do grau de dificuldade em cada cena e somente a partir daí, começo a pensar no cronograma de filmagem com a equipe.  Para isso, é necessário envolver todos os departamentos, pois a realização de um filme é coletiva, e a falta de uma tarefa realizada por um determinado setor  da produção pode acarretar um desgaste enorme durante as filmagens. Por isso, as ordens do dia devem conter todos os planos que serão filmados, as locações, os objetos de cena, maquiagem, figurino, efeitos especiais, o período em que será filmado (diurna ou noturna), os atores que irão participar da cena e tudo o que envolve a produção naquele dia (inclusive previsão de tempo e horários para alimentação). Tudo isso é necessário para que a gravação das cenas flua tranquilamente.
Existe uma ilusão de que set de filmagem é uma loucura, com diretor fazendo escândalo, atores problemáticos e equipe de malucos que fazem tudo de forma aleatória. Isso é a mais pura bobagem. O momento de se realizar o filme e requer muita técnica e organização, que levarão a termos um set organizado e competente. Para aqueles que como eu, já filmaram com pouco recurso isso ajuda a economizar muito, pois não há desperdícios.
Outra coisa importante de se mencionar a respeito de filmes de baixo orçamento é a forma como você pensa o projeto. Quando vou fazer filmes independentes sem apoio privado ou estatal, procuro criar uma história possível de ser gravada em um processo reverso, da seguinte forma:
Primeiro penso no que disponho, tanto de locações, equipamentos, atores e a disponibilidade de todos os profissionais envolvidos. A partir desses dados, já com uma ideia em mente escrevo o roteiro. Essa é uma forma de conseguir realizar sem frustrações, pois conheço muita gente que escreve um roteiro cuja a produção é inviável financeiramente naquele momento de sua carreira. O que acontece é que mesmo que consiga realizar o filme, ele ficará aquém do que realmente deveria ser. Gosto de ser prático, dar um passo de cada vez e quem sabe um dia, conseguir realizar meus roteiros mais ambiciosos.


Como faz a escolha de sua equipe?
Geralmente são profissionais que conheci nos meus anos trabalhando no audiovisual. Tenho alguns colaboradores que já trabalham há alguns anos comigo, com quem posso contar sempre que tenho um novo projeto. Já houve casos que trabalhei com equipes onde não conhecia ninguém e foi ótimo também, pois se todos forem profissionais, e você estiver com um projeto bem definido, não há grandes dificuldades na execução.

Joel Caetano com José Mojica e Rodrigo Aragão
Quais técnicas de direção de atores utiliza?
Eu procuro construir a personagem junto com o ator, mostrando como eu o imagino, mas sem exigir que ele faça exatamente igual ao que está no roteiro, pois o improviso quando realizado da forma correta deixa o texto mais natural (não gosto de interpretações teatrais, a não ser que seja a proposta do filme). Costumo aproveitar as características de cada ator e integra-la a personagem também, é outra forma de alcançar esse naturalismo. Por isso nos ensaios gasto mais tempo tentando fazer com que os atores entendam seu lugar na história. Quanto menos decorado e mais vivenciado melhor. Os ensaios servem também para observar o que cada um traz para essas personagens e com isso, posso direcionar o que acho que funciona ou não dentro da narrativa proposta. Costumo trabalhar bastante com não atores e nesse caso, procuro figuras prontas para o papel, usando ao máximo suas características reais, tirando a interpretação e buscando a naturalidade.

Bastidores de "A Loira do Banheiro"
Como é a relação entre diretor e diretor de fotografia?
Gosto de trabalhar com diretores de fotografia que acrescentam criativamente no projeto. Acho que é uma figura que tem que ir sempre além da técnica e quando proponho desafios estilísticos durante as filmagens, gosto de ouvir que é possível, mesmo em condições adversas. Durante as filmagens de “A Loira do Banheiro” aconteceram diversas situações complexas, devido a restrição de equipamentos (apesar de ser o filme mais caro que dirigi). Por sorte, tive ao meu lado o diretor de fotografia Alexandre Barcelos que além de ter um ótimo olhar técnico/criativo também não se deixou levar pelas adversidades impostas durante as filmagens. Essa garra para mim é importante e geralmente acrescenta muito no resultado final.

Como você compõe um enquadramento?
É difícil de explicar, pois penso no filme de uma forma integrada. Para mim a pré-produção, filmagem e pós-produção se misturam em uma cadência quase musical. Por isso, penso muito em ritmo quando estou bolando os enquadramentos, pois o a posição da câmera e seus movimentos devem proporcionar a quem está assistindo determinadas sensações que não necessariamente estão no roteiro, mas fazem parte do “algo mais” em uma obra cinematográfica. Esse processo varia, dependendo da temática, proposta visual, criativa e narrativa do filme.


Como você trabalha o som de um filme?
Eu gosto de pensar no som já vislumbrando a edição. Dar cadência, ritmo ao filme a partir das imagens, sons e silêncio. Um dos meus objetivos futuros é conseguir fazer um filme sem intervenções musicais, só imagens e sons da captação direta compondo um ritmo quase musical. Acho isso perfeito. Apesar disso, grande parte dos meus filmes têm a trilha composta especialmente para o a obra em si. Tive alguns colaboradores no decorrer dos anos, mas nos últimos trabalhos da RZP Filmes contei com a contribuição de Tiago Galvão, que fez a trilha dos curtas “ESTRANHA” (2011), “ENCOSTO” (2013) e “JUDAS” (2015) que complementou musicalmente de forma visceral ao que se vê na tela. Não costumo interferir muito na criação da trilha, explico as referências e deixo o artista criar, depois assisto o filme com o material que ele produziu e se necessário solicito alguma mudança que geralmente ocorre na adição de momentos de silêncio ou som ambiente.

Não faço filmes pensando em como o público vai reagir, ou se vai gostar ou não. Eu conto as histórias como elas devem ser.

Como chegar até o público? Como estabelecer uma relação com o espectador?
Acho que a melhor maneira de se chegar ao público é não pensando muito nele. Vou me explicar melhor. Não faço filmes pensando em como o público vai reagir, ou se vai gostar ou não. Eu conto as histórias como elas devem ser. O cinema é uma arte viva e até o último momento, durante a primeira  exibição, algo que você planejou pode surtir um efeito completamente diferente ao público. Por isso a melhor maneira de estabelecer essa relação com o espectador é fazendo uma obra que represente seus verdadeiros ideais, quem se identificar vai gostar, quem não se identificar, se for bem feito, vai ao menos respeitar.

A Loira do Banheiro
Quais são as dificuldades na distribuição?
No meu caso acredito que é o preconceito com obras de gênero, principalmente independentes. Para se ter a ideia, há pouco tempo, tentei vender meus filmes para alguns canais. Um deles me respondeu dizendo que não aceitavam filmes com essa temática. Realmente não sei se foi por isso mesmo (pode ser que eles apenas não gostaram do material), mas se for é uma bobagem, pois está provado que filmes de terror fazem muito sucesso no Brasil (vide as últimas bilheterias de filmes do gênero no país).
Existem excelentes diretores produzindo no meio independente, inclusive filmes que como os meus, rodam o mundo inteiro e a dificuldade desses trabalhos serem levados a sério acaba atrapalhando a criação de um mercado mais amplo e diversificado. Seria perfeito conseguir vender os filmes e com esse dinheiro fazer outros cada vez maiores. Infelizmente essa ainda não é a realidade aqui no Brasil, onde a visão de mercado ainda é muito limitada.

Quais as dificuldades do mercado brasileiro?
Nosso cinema não tem uma indústria e quase tudo que é produzido, principalmente de forma independente tem uma enorme dificuldade de distribuição. Isso volta a pergunta anterior, é um ciclo que precisamos quebrar para que haja um maior desenvolvimento nesse setor.

Gato
O que te motiva a continuar fazendo cinema?
A vontade de dividir com todos histórias que eu sempre desejei ver representadas no cinema.

Não tenha medo de errar, e na medida do possível, use seus erros como aprendizado para produzir melhores trabalhos no futuro.

O que aconselharia para quem está começando ou quer trabalhar com cinema?
Que estude muito e produza, mesmo sem recursos. Não tenha medo de errar, e na medida do possível, use seus erros como aprendizado para produzir melhores trabalhos no futuro.
No mais, agradeço muito o espaço para de falar um pouco de meus filmes e desejo tudo de bom a todos que acompanham e fazem o Quadrinhólatra!

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