Se tem uma coisa complicada nessa vida essa é lançar uma revista ou livro em quadrinhos. Fora os zines (que, mesmo assim, dão um trabal...

22:05:00 by marcelo engster

Se tem uma coisa complicada nessa vida essa é lançar uma revista ou livro em quadrinhos. Fora os zines (que, mesmo assim, dão um trabalhão danado), é preciso encontrar uma editora ou um editor ou um jornal que queira te bancar pra te lançar no mercado. E aí vai diagramação, impressão, distribuição, divulgação e ai meu saco pra isso tudo.
Uma das coisas mais bacanas da internet é que possibilitou uma galera mostrar seu trabalho sem precisar de tantos intermediários. Não me entendam mal, eu ainda curto e muito as publicações físicas. Mas o digital possibilitou descobrir uma centena de quadrinhistas tri bacanas. Principalmente mulheres. Quantas meninas até o final dos anos 90 existiam como artistas no meio? Hoje elas são destaque na internet, vem conquistando muito respeito no meio, trazendo para o debate assuntos que eram tabus entre os nerds e amealhando uma legião de fãs.
Entre elas está IaraNaika, que já possui 130000 (cento e trinta mil!) seguidores no Facebook. Nós estamos entre esses fãs e convidamos essa talentosa artista para um bate papo sobre processos criativos. Confira!



Como você começou a trabalhar com quadrinhos?
Sempre gostei de desenhar, mas foi com 19 anos que comecei a criar tirinhas. Fazia os desenhos no papel e tirava fotos para postar no meu perfil pessoal do Facebook. Depois de muito tempo, quando comprei uma mesa digitalizadora, passei a postar essas tirinhas com mais frequência e elas foram fazendo sucesso fora do meu perfil pessoal. Logo criei uma página para divulgar melhor os meus trabalhos e no final do ano passado a página começou a fazer sucesso.

Tiro as ideias do meu cotidiano, sempre ando com dois cadernos de anotações para registrar acontecimentos da minha vida.

Como é seu processo criativo? Você tem uma rotina de criação? Tem metas? Como fazer pra chegar da ideia ao papel?
Tiro as ideias do meu cotidiano, sempre ando com dois cadernos de anotações para registrar acontecimentos da minha vida. Tudo de estranho e engraçado que acontece comigo eu costumo anotar para ilustrar. Faço um mini roteiro e quando tenho tempo, normalmente aos finais de semana, tiro um tempo para fazer pelo menos uma tirinha sobre alguma das várias coisas que anoto.

Quais temas gosta de abordar?
Coisas engraçadas, chatas ou estressantes que acontecem na vida.



Quais suas principais referências? O que te inspira?
Minhas principais referências são dos cartoons Flapjack e Invader Zim, de artistas internacionais que são conhecidas pelos trabalhos na web ou como produtoras de cartoons famosos, Allie Brosh, Sarah Andersen, Cassandra Calin, Natasha Allegri e Rebecca Sugar.
Atualmente o que mais me inspira são artistas da web nacionais. Fora os mais famosos, como, Um Sábado Qualquer, Will Tirando, As Crônicas de Wesley, Como Eu Realmente e Armandinho. Acabei criando uma grande admiração por páginas de tirinhas que conheci depois que comecei a entrar mais nessa área, Ângulo de Vista, Eu no Mundo da Lua, Desenho e Café, As Relíquias de Luiz, Mari Ilustra, Tirinhas do REX, Another Art Book, Aventuras de Rômulo, Arte de Kerol, Perda de Tempo, Luta Irreal, Bom dia e tal.



Como é seu dia a dia de criador?
Bem chato (risos)

Você faz alguma pesquisa para suas histórias?
Não existe bem uma pesquisa para isso, eu só procuro ter certeza de que aquilo que vou desenhar é uma situação que vai fazer com que as pessoas se identifiquem de alguma forma, ou achem divertido e engraçado.



O que faz quando tem o famoso branco?
Me desespero (risos). Ainda não encontrei uma forma de acabar com isso, ele some tão de repente quanto aparece. Já estou tão acostumada que já fiz uma tirinha sobre o assunto.

As pessoas costumam gostar daquilo que as define, eu procuro manter essa linha interação da página com o público, mostrando situações que podem acontecer com qualquer um.

Como chegar até o público? Como estabelecer uma relação com o leitor?
As pessoas costumam gostar daquilo que as define, eu procuro manter essa linha interação da página com o público, mostrando situações que podem acontecer com qualquer um.



Você consegue viver de quadrinhos?
Acho que o certo seria dizer que eu não consigo viver sem quadrinhos (risos). Ainda não tenho nem um lucro financeiro com as tirinhas que faço, então a resposta é não.

Quais as dificuldades do mercado brasileiro?
Apesar de existir muitos artistas talentosos e produções de qualidade no Brasil, o público nacional ainda é pequeno e eles priorizam mais artistas nacionais que se destacam em produções de fora.

Mas acredito que para um artista viver bem de quadrinhos aqui no Brasil ele primeiro não pode ter medo de investir em produção e material, sempre buscar aprimorar o seu trabalho, adquirindo o máximo de conhecimento e experiência.

O que aconselharia para quem está começando ou quer trabalhar com quadrinhos, principalmente as mulheres?
Ainda me considero leiga nesse assunto, pois por enquanto produzo desenhos apenas por diversão. Mas acredito que para um artista viver bem de quadrinhos aqui no Brasil ele primeiro não pode ter medo de investir em produção e material, sempre buscar aprimorar o seu trabalho, adquirindo o máximo de conhecimento e experiência. Se for mulher, buscar outras artistas mulheres para aconselha-las e não se deixar abater por assédios ou machismo.

4 comentários:

  1. nossa, q massa!! ja estou no aguardo da proxima tirinha !!!

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  2. Iarinhaaaaa Parabénse, que seu sucesso continue a crescer !!!
    BjSe bjs bjs

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  3. Iarinhaaaaa Parabénse, que seu sucesso continue a crescer !!!
    BjSe bjs bjs

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  4. Olá, gostaria de saber como entrar em contato com a Iara Naika, se possível, estou fazendo um seminário com temática de charges, cartuns e HQ's e gostaria de uma opinião dela. Meu e-mail é lhmiyashiro@gmail.com

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