Gênero de enorme público no país, a Ficção Científica ainda tem uma produção pequena, mas que vem ganhando terreno e destaque no merc...

12:34:00 by marcelo engster


Gênero de enorme público no país, a Ficção Científica ainda tem uma produção pequena, mas que vem ganhando terreno e destaque no mercado brasileiro. A Editora Draco, uma das maiores incentivadoras do gênero no país, lança mais uma coletânea de quadrinhos Sci Fi, a SPACE OPERA, totalmente voltada às aventuras espaciais.
A coletânea conta com obras dos roteiristas Jun Sugiyama, Tiago P. Zanetic, Larissa Palmieri, Luís Carlos Sousa, Rafael Levi, Alessio Esteves, Fernando Barone e Angelo Dias, em parceria com os desenhistas Kazuo Miyahara, Eder Santos, Rocher Knight, Braziliano, MJ Macedo, Carlos Sekko, Giovanni Pedroni e Ioannis Fiore, que também fez a capa.
Conversamos com o editor Raphael Fernandes sobre a coletânea, ficção científica e o mercado de quadrinhos no Brasil. Confere:

O que esperar de uma publicação de Space Opera brasileira?
Prepare-se para um monte de aventuras loucas, mistério e tramas surpreendentes. Nosso objetivo não foi fazer uma coletânea de Space Opera apenas para o público brasileiro, mas para contar boas histórias em universos construídos pelos nossos autores. Buscando sempre nos apropriar de características de algum grande filão desse subgênero.


A ficção científica, em especial seu sub-gênero Space Opera, tem um grande público (vide bilheterias dos filmes gringos do gênero no país), porém um parca produção nacional. Por quais motivos você acredita que isso ocorra?
Na verdade, a produção é bem interessante por aqui, mas muitas vezes não é vista desse ponto de visto do gênero. Por exemplo, a Draco já publicou 3 coletâneas de contos com universos, planetas, raças e tramas construídas pelos melhores escritores da casa. Também vejo material saindo por selos independentes, como a série Quad e o álbum Black Silence. Sem falar no gigantesco sucesso da trilogia Astronauta, de Danilo Beyruth, publicada através do selo Graphic MSP. Talvez, esteja na hora dessas publicações serem analisadas como um fenômeno do crescimento do SO no Brasil.



Qual seu papel como editor nessa coletânea? Como foi o relacionamento com roteiristas e desenhistas?
Costumo dizer que tenho uma postura editorial ativa, pois os projetos surgem da minha mesa, a escolha dos roteiros é feita com critérios determinados pela minha visão e a escolha de equipes criativas vai pelo mesmo caminho. Neste caso, muitas histórias tiveram seus estilos pautados por mim, mas dando liberdade criativa para a equipe desenvolver. Sempre com uma supervisão cuidadosa e visão de todo. A coletânea é como um disco gravado por vários músicos, cada faixa tem sua relevância, mas alguém tem que pensar no todo.
Tenho uma relação muito próxima com os roteiristas e costumo trabalhar lado a lado no desenvolvimento da narrativa. Costumo observar também as artes e pautar o que desejamos como resultado final. Esse é um daqueles livros que todo mundo botou pra quebrar e ganhou meu coração. Quero voltar a trabalhar com cada um deles.


Qual a importância das coletâneas para o mercado brasileiro de quadrinhos?
Para nós, as coletâneas são uma porta de entrada para novos autores e um laboratório criativo para projetos maiores. Os álbuns da Draco são fruto direto disso. Afinal, se a produção transcorreu bem, rolou uma química entre nós e vemos potencial naqueles talentos, significa que devem estar no time. Aos poucos, as coletâneas têm nos oferecido a oportunidade de ter autores de todos os cantos do Brasil, além de ampliar a diversidade nas nossas publicações e ajudar a equipe da casa a ter histórias publicadas enquanto produzem projetos maiores.
Particularmente, eu considero a base do templo shaolin que chamamos de Editora Draco. Onde as alianças são formadas, os interesses percebidos e as qualidade e defeitos escancarados! 



Quais suas principais referências de Space Opera?
Minha mãe Nina sempre adorou seriado e me incentivou a ver produções como Perdidos no Espaço e Jornada nas Estrelas (que eu amo de paixão). Mas entendi melhor o gênero com filmes como "O Quinto Elemento", a série Alien, "Spaceballs", e muitos outros. Só que só pirei mesmo com a nova versão da série Battlestar Galactica, que me mostrou todo o potencial narrativo desse tipo de história. Sem falar na diversão sem fim de "Guardiões da Galáxia", o melhor filme da Marvel.
No mundo dos quadrinhos, vale destacar que eu sou fã doentio do Jim Starlin e qualquer coisa que ele criou nessa pegada: Saga de Thanos e Dreadstar. Também sempre adorei o Galactus e o Surfista Prateado, Os Novos Deuses, a saga do Planeta Hulk, Lobo, Lanterna Verde e muitos outros. Não posso deixar de falar de desenhos animados como Silverhawks, Planetes e Knights of Sidonia, além de produções podreiras de diversos meios como "Prometheus", "Flesh Gordon" e "Sex Galaxy".
É muita coisa, sempre vou me sentir culpado por esquecer algo.

A maior dica para quem quer escrever é: escreva. Depois estude bastante, reescreva. Estude ainda mais, reescreva outra vez. Não ficou bom? Passa para o próximo projeto e repita o processo.

O que você aconselha para quem deseja escrever e/ou desenhar ficção científica no Brasil?
A maior dica para quem quer escrever é: escreva. Depois estude bastante, reescreva. Estude ainda mais, reescreva outra vez. Não ficou bom? Passa para o próximo projeto e repita o processo. Para desenhistas é a mesma coisa. A arte de contar histórias exige fluência em sua linguagem, por isso, quanto mais você produzir, melhor você será. E, outra coisa, tente criar suas próprias coisas, evite cair nos prazeres da produção de fã para fã.


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