A cultura afro-brasileira vem ganhando espaço destacado no cinema e quadrinhos nacionais. Mesmo com toda a resistência do mercado com a...

13:40:00 by marcelo engster

A cultura afro-brasileira vem ganhando espaço destacado no cinema e quadrinhos nacionais. Mesmo com toda a resistência do mercado com a temática, os realizadores e autores tem encontrado alternativas para a viabilização de suas obras. Grande parte delas parte para o financiamento coletivo. Duas estão em alta, uma de quadrinhos e uma série de curtas stop-motion.

Quadrinhos: Orixás – Contos de Òrun Àiyé


O projeto de Hugo Canuto pretende levar histórias da mitologia Yorubá para o universo dos Quadrinhos.
Em sua página de financiamento coletivo, o autor explica que “Sempre fui fascinado pelas grandes sagas que incendiaram a alma dos antigos, criando civilizações e monumentos. De Gilgamesh a Darth Vader, a bela Porasy, Thor ou Superman, os heróis de mil faces ainda atiçam nossa imaginação, com mesmo encanto de quando ouvíamos histórias ao redor do fogo, na noite dos tempos. (...)E assim surgiu o projeto Orixás – Contos de Òrun Àiyé, que irá levar as poderosas narrativas da cultura Yorubá ao formato das Histórias em Quadrinhos, em um album colorido e inicialmente com 80 páginas...”
Confira mais sobre o projeto aqui.

Cinema: Série Òrun Àiyé


Esta série de curtas surgiu em um encontro de colegas da faculdade. Jamile Coelho, diretora do curta conheceu as esculturas sobre o tema do roteirista Thyago Bezerra e  resolveu realizar o primeiro episódio, A Criação do Mundo, em stop-motion. O curta tem rodado festivais, recebendo diversos prêmios.
Agora estão em busca de apoio para realizar o segundo episódio.  Saiba mais sobre o projeto e como ajudar, aqui.

Conversamos com o roteirista Thyago Bezerra sobre o processo de criação de “Òrun Àiyé - A Criação do Mundo”. 

Thyago Bezerra. Foto de Carlos Roberto Grün
Thyago, qual tua motivação para a escrita do curta Òrun Aiyê?
Quando me mudei para Bahia, já tinha muita curiosidade pela religião afro-brasileira. Lá comecei fazer esculturas representando Orixás Expondo em praças publicas, ouvi assim muitas histórias/mitos dos passantes, sobre as esculturas que fazia e isso me inspirava. Foi então que uma colega de faculdade que trabalhava com animação (Jamile coelho, diretora do curta) me propôs de fazermos um curta com minhas esculturas. Assim comecei o processo de escrita do roteiro.

Comecei primeiro pelas lembranças da história que ouvi, que já era "outra" na minha memória e também tentando decifrar quais as "intenções" daquele mito.

Como foi seu processo de criação?

O processo se deu primeiro sobre qual história contar, já tinha decidido em não inventar uma historia totalmente autoral e sim adaptar um mito e assim dar voz/animação a tradição oral do candomblé. Foi então que lembrei do mito da criação Ioruba que já tinha ouvido em Londrina, minha cidade natal, de uma mãe de santo, grande amiga Ya Mukumbi (que infelizmente veio a falecer no meio processo e não pode me dar o auxilio do olhar religioso que eu queria pro filme). Comecei primeiro pelas lembranças da história que ouvi, que já era "outra" na minha memória e também tentando decifrar quais as "intenções" daquele mito.

Como se deu a pesquisa para o roteiro?

A pesquisa, no sentido de leitura, chega depois do primeiro tratamento, na busca de mais fundamento religioso, já que nesse meio tempo a Mãe de Santo que me contou a história veio falecer. Eu queria continuar ouvindo dela, dando valor a oralidade tão reverenciada na cultura africana. Como não foi possível, consultei alguns livros sobre o assunto. O mais usado foi "A Mitologia Dos Orixás" do Regnaldo Prandi. Também contei com conselhos de Nilson Mendes, grande ator, adepto do candomblé na Bahia.

Confira o making of do curta:




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