Um dos autores mais importantes de terror, H.P. Lovecraft não teve nenhum livro publicado em vida. Hoje há uma mais que bem vinda profusão ...

10:10:00 by marcelo engster
Um dos autores mais importantes de terror, H.P. Lovecraft não teve nenhum livro publicado em vida. Hoje há uma mais que bem vinda profusão de publicações inspiradas em suas histórias.
Aqui no Brasil a Editora Draco acaba de lançar uma coletânea de histórias em quadrinhos inspiradas no universo de Lovecraft. O álbum conta com HQs dos quadrinhistas Dudu Torres, Antonio Tadeu, LuCas Chewie, Airton Marinho, Fabrício Bohrer, Caiuã Araújo, Marcio de Castro, Lucas Pereira, Samuel Bono, Jun Sugiyama, Daniel Bretas, Hilton P. Rocha, Bárbara Garcia e Elias Aquino. Para conhecer mais sobre a obra e o processo de criação da mesma, conversamos com Raphael Fernandes, editor e roteirista de uma das histórias de “O Despertar de Cthulhu”:

Por que Lovecraft?
Na verdade, não é um livro sobre o Lovecraft ou mesmo uma revisitação de sua obra. A ideia era utilizar os fundamentos do universo Mythos que ele criou para produzir novas histórias. Escolhemos trabalhar seu imaginário, pois é o maior escritor de horror cósmico de todos os tempos. Sendo um dos mais importantes para a formação do terror contemporâneo.


Qual a influência de H. P. Lovecraft na cultura pop atual?
Acredito que seu trabalho influencia todo mundo que se propõe a contar uma história de terror, principalmente no cinema e na literatura. Sentia falta de uma influência maior nos quadrinhos, tanto que um dos poucos que se aventuraram por esse caminho foi o Alan Moore com Neonomicon. E muita gente não entendeu nada. HAHAHA!

Como foi o processo de escolha das histórias de O Despertar de Cthulhu?
Fazemos uma leitura inicial com meu editor-assistente Airton Marinho, que faz uma triagem inicial. Depois disso, eu leio as HQs selecionadas por ele e decido com quais ficam. Também já aproveito pra ver se minha equipe preparou alguma coisa pra coletânea e normalmente prepararam. Junto tudo isso, faço o casamento com os desenhistas da mesma maneira. Costumo ver as coisas que o Airton não aprovou para ter certeza de que tá tudo bem representado. Tanto que uma das minhas HQs favoritas foi tirada da lista dos "não gostei".



Em quais contos de Lovecraft foram baseadas os quadrinhos da coletânea?
Em todos e em nenhum, a coletânea não tem adaptações das histórias dele, mas novas HQs inspiradas no universo do mestre Lovecraft.

Você também foi roteirista de uma das histórias do livro. Como foi o seu processo de criação? Como foi realizar uma obra a partir de outro autor?
Conheço a obra do Lovecraft desde moleque, quando tive acesso a uma edição de bolso da L&PM para O caso de Charles Dexter Ward. Daí pra frente acompanhei tudo que saiu dele por aqui, além de colecionar os filmes que são inspirados em sua obra. Peguei toda essa minha bagagem e fiquei pensando em que elementos da cultura brasileira eu poderia encontrar o horror do Lovecraft. Foi quando pensei em fanáticos religiosos, falar em línguas e outras maluquices. Queria um drama familiar e busquei esse resultado.


Como foi sua relação com o desenhista do seu roteiro? Até que ponto um influenciou no trabalho do outro?
Cada projeto tem uma mecânica diferente entre roteirista e editor, costumo deixar o cara livre para criar narrativas. No caso do Samuel Bono, acredito que ele foi muito feliz em cenas de horror e gosto muito da finalização dele. Tem aquele toque de Sandman que eu queria pra HQ. No geral, me dou bem com os desenhistas.

O que podemos esperar da Draco para os próximos meses?
Estamos preparando uma nova coletânea de horror, diversos mangás novos e uma nova linha que promete novos rumos para a editora. Também vale lembrar que vai sair a última parte da série de livros Tempos de Sangue, de Eduardo Kasse. Quem gosta de terror e ambientação medieval realista, não pode deixar de ler.

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