Uma família formada por um pai, uma mãe e um filho resolvem se mudar para um lugar inóspito com o propósito de recomeçar a vida. Lá, porém, coisas estranhas começam a acontecer e o pai, cada vez mais aficionado pelo trabalho, começa a agir de forma violenta, fazendo com que sua esposa e seu filho tenham medo dele. O Iluminado? Não, esta é uma descrição resumida de Blackwood, um filme de terror com muitas reviravoltas e uma baita duma fotografia. Embora muitos críticos tenham reclamado dos clichês, a trama te prende praticamente do começo ao fim, principalmente quando coisas inexplicáveis começam a acontecer e tudo o que você passa a desejar é que as respostas apareçam - e elas aparecem, mas não bem do jeito que se espera.
Enredo (contém spoilers)
O filme acompanha, então, a família de Ben Marshall (Ed Stoppard), um professor daqueles famosinhos que até aparece na televisão. Com sua esposa Rachel (Sophia Myles) e seu filho Harry (Isaac Andrews), resolve mudar para um casarão no interior para tentar uma reaproximação entre eles após ter tido um colapso nervoso. Lá, porém, coisas estranhas começam a acontecer: um relógio de pêndulo parado, mas que toca em certo horário, uma sombra de pés infantis que aparece por debaixo da porta enquanto a maçaneta é girada, barulho de água correndo quando todas as torneiras estão fechadas, etc. Certa noite, acordado novamente pelos estranhos acontecimentos, Ben consegue abrir a porta bem a tempo de ver uma criança ensanguentada com uma máscara de madeira de coruja e segurando um facão. Além disso, encontra cada vez mais desenhos e pinturas da antiga moradora que traziam a imagem da máscara e de um homem encapuzado. A partir deste momento, ele passa a acreditar que está sendo perseguido por fantasmas e, dando uma de Dean e Sam, trata de investigar a história da mansão. Ele descobre, então, que a esposa e o filho de Jack (Russell Tovey), um herói de guerra local, viveram um tempo ali, cuidando da pintora e, depois de muitas brigas com o marido, a mulher desapareceu com o garoto. Ah, e sim, o garoto tinha uma máscara de madeira no formato da cabeça de uma coruja.
Acreditando que ambos foram assassinados e que o crime foi acobertado pelo padre local, Patrick (Paul Kaye), ele exige que tanto a mulher quanto o filho evitem o contato com os dois. Além disso, decide provar sua teoria roubando do herói de guerra a faca que tinha visto nas mãos do garoto com a máscara de coruja - sem contar que ameaça o padre para que fique longe de sua família. Aos poucos, vai se tornando violento e obsessivo com a história, o que acaba afastando-o de sua esposa e filho. Para sua surpresa, porém, a faca não contém traços de sangue humano, e então, desesperado, exige que Patrick mostre onde estão os corpos. Ele é novamente surpreendido ao descobrir que ambos estão vivos e que o padre nada mais fez do que esconder sua localização de Jack.
De repente, tudo faz sentido: nada do que ele viu ou ouviu tinha acontecido ainda; era tudo um presságio. Percebendo que história sangrenta se relacionava à sua família, Ben entra no carro e dirige o mais rápido possível em direção à Blackwood, mas acaba sofrendo um acidente. Assim, ele sai do carro e coloca sobre a cabeça, o capuz do casaco (lembra o desenho de um homem encapuzado?), partindo à pé. Ele não sabia que seu melhor amigo, Dominic (Greg Wise), que tinha um interesse amoroso pela sua esposa, tinha ido até a sua casa devolver a faca e que, vendo Rachel chorando, tenta beijá-la. Após a resistência dela, ele tranca a porta do quarto e tenta estupra-la.
Harry, porém, acaba vendo o beijo e, furioso, sai correndo da casa depois de ter pego a faca. No pátio, encontra a máscara de madeira que o padre havia lhe dado e a veste, o que acaba confundindo Jack, que passava no local, fazendo-o acreditar ser seu filho sob a máscara. Passa, então, a perseguir Harry que acaba se desequilibrando e cai em um buraco, exatamente sobre a faca que carregava (não corram com objetos afiados, crianças!). Ele consegue sair e voltar até em casa, onde vai até o quarto no qual sua mãe estava e tenta abrir a porta, mas não consegue pois ela está trancada. Rachel, neste meio tempo, chuta no meio das pernas de Dominic e consegue abrir a porta, exatamente no momento em que seu filho cai no chão, inconsciente e ensanguentado. Finalmente, Ben chega e tem um ataque de fúria ao ver seu filho morto. Com a faca, entra no quarto e esfaqueia Dominic, cujo sangue pingando lembra o som de água correndo. Em sequência, passa a perseguir Rachel pela casa, pois acreditava que ela era responsável pela morte de Harry e, nisso, chegam ao porão, onde a água da chuva que vinha de fora cobria o chão do local. Foi percebendo essa situação que Rachel viu sua salvação: no momento em que seu marido se aproximou dela, jogou dois fios eletrizados na água, matando-o eletrocutado. No final, descobre-se, enfim, que Harry não tinha morrido; só havia desmaiado.
Sobre o filme
Fazia um tempo que não assistia um filme de terror que me prendesse tanto a atenção. Claro, os acontecimentos inexplicáveis faziam com que você quisesse descobrir o porquê de tudo; como as peças do quebra-cabeça irão se encaixar. Além disso, a fotografia é incrível - por isso, não deixe de assistir em HD -, o que, aliás, parece se tornar uma preocupação na produção de filmes de terror, pois outros filmes como O Despertar (Nick Murphy) também são caracterizados assim. Diferentemente dos filmes atuais, porém, ele não tem muitas cenas de jumpscare (cenas de susto que te fazem pular); o terror surge mesmo nesses pequenos fatos inexplicáveis que só fazem sentido mesmo no final.
Dados
Estreia: 2014
Duração: 90 minutos
Direção: Adam Wimpenny
Roteiro: J.S.Hill
Música: Lorne Balfe
Figurino: Helen Woolfenden
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