Lobo Solitário
Roteiro: Kazuo Koike e arte: Goseki Kojima
Editoras Sampa e Cedibra / PeB
Ae, primeiros contatos com a grande obra dos mangás. Pena que eram as porquíssimas edições da Sampa e da Cedibra. Vergonhosas mesmo. Tanto que uma delas parece ter sido feita com um mimeógrafo. Além disto, elas eram uma tradução da primeira edição para os EUA. E, claro, como estadunidense não vende nada que não for ocidentalizado, as revistas estão espelhadas! Baita heresia. Aí fico eu matutando como nenhuma editora ainda não tinha se prestado a lançar uma edição descente deste clássico e pesquisando na internet mais sobre seus autores. Surpresa minha (bote surpresa nisso) a Panini acaba de lançar o último (último!) número de uma coleção de 28 revistas, de 300 páginas cada, com todas as histórias do assassino do carrinho de bebê. Que barbaridade, e agora, que faço eu da vida pra conseguir tudo isso?
Mas vamos ao que interessa, o gibi em si. Lobo Solitário, escrito por Kazuo Koike e desenhado por Goseki Kojima, conta a história de Itto Ogami e seu filho Daigoro, ainda no Japão feudal. Tendo sua família assassinada e sendo destituído injustamente de seu cargo no governo, Itto torna-se um Ronin (samurai sem mestre) e vai em busca de vingança. Para isto ele necessita juntar dinheiro, tornando-se um assassino de aluguel que não perdoa sua vítima, mesmo estando seu contratante errado. Com ele, vai seu filho em um carrinho de bebê. Um pequenino muito determinado que sofre calado. Desde cedo teve que escolher o caminho da espada e muitas vezes torna-se uma arma a mais para o Lobo Solitário.
No meio de tudo isto um emaranhado de tradições e leis que orientavam a vida do Japão feudal. Clãs, escolas marciais, religiosos, prostitutas, governantes, yakuza, rituais, tudo é pretexto para uma boa pancadaria.
Em suma ele possui um roteiro tão forte e coeso que em muitas vezes (muitas mesmo) o silêncio predomina, deixando ao desenho passar tudo aquilo que se passa com os personagens. Ângulos abertos e fechados são excessivamente usados valorizando em muito a tensão dos personagens.
Tido por muitos como a obra máxima do mangá, Lobo Solitário influenciou muita gente, entre eles Frank Miller, Alan Moore e Quentin Tarantino. Inclusive foi Frank Miller que fez as introduções e a capas das edições que vieram dos EUA (isto sim, de ótima qualidade). No más, se puderem, leiam. Não vão se arrpender.
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(clique na imagem para ampliá-la)
Tchê, voltou de vento em popa, hein!
ResponderExcluirTá lincado no meu blog!
Abraço e sucesso!