Judoca. Perto de participar das Olimpíadas de 1996 se lesiona. Volta, e quando está prestes à participar das Olimpíadas de 2000, rompe os l...

15:27:00 by marcelo engster
Judoca. Perto de participar das Olimpíadas de 1996 se lesiona. Volta, e quando está prestes à participar das Olimpíadas de 2000, rompe os ligamentos do joelho e mais uma vez fica de fora dos jogos. Abre uma locadora, se apaixona pela sétima arte e vira o maior produtor independente do país. Uma vida de cinema dedicada ao cinema. Esse é Cavi Borges, com quem conversamos sobre seus processos criativos.


Como você começou a trabalhar com cinema?
Comecei minha vida com o cinema quando resolvi abrir a locadora Cavideo. Antes era judoca profissional e nada tinha a ver com esse mundo!
Com o tempo comecei a fazer cineclubes, eventos de cinema e em seguida a fazer filmes! Hoje respiro cinema 24 horas por dia! Produzindo, distribuindo e exibindo.

Esse processo burocrático e demorado que virou o cinema brasileiro não serve pra mim!

Como é seu processo criativo? Você tem uma rotina de criação? Tem metas? Como fazer pra chegar da ideia ao roteiro?
Meu processo criativo é bem diverso. Meus roteiros surgem de ideias que tenho vendo outros filmes, ou viajando, ou observando o dia a dia do Rio e de seus moradores.
Muitas vezes as pessoas me trazem roteiros para avaliar e fazer. Não tem uma regra fechada.
Quando tenho uma boa ideia e quero filmar algo, reúno meus amigos e parceiros de cinema e começo logo a fazer. Não consigo esperar por prêmios de editais ou dinheiro público. Isso demora muito pra acontecer! Não sei se daqui a 2 ou 3 anos ainda vou querer filmar aquele mesmo filme. Acho que aproveito aquela inspiração e desejo e mando ver! Esse processo burocrático e demorado que virou o cinema brasileiro não serve pra mim!

 
Curta "A Distração de Ivan". Ivan é um menino de 11 anos. Ele vive com a avó no subúrbio do Rio de Janeiro. Em meio ao seu cotidiano de brincadeiras e brigas com os amigos, ele vai amadurecer.

Quais temas gosta de abordar?
Os temas que gosto de abordar são variados, mas quase sempre tem como ponto em comum a cidade do Rio de Janeiro. O Rio sempre é um personagem em meus filmes.
Como também realizo filmes documentais e de ficção, acabo fazendo coisas bem diferentes. Meus documentários tem uma temática mais social já as ficções nem tanto. Gosto de falar de cinema, das minorias, de judô, música entre outros temas.

Quais suas principais referências? O que te inspira?
Minhas principais referências vem do próprio cinema. Vejo muitos filmes e me inspiro em outros cinemas e outros diretores. Atualmente as artes plásticas também tem me inspirado bastante.

 
Curta "Sete Minutos". Filmado em um único plano-sequência, mostra o acerto de contas entre dois traficantes.

Como é seu dia a dia de criador?
O dia a dia de um criador acho eu que varia de pessoa pra pessoa. Ultimamente tenho buscado mais tranquilidade. Separar uma parte do dia para fazer coisas que amo, como ir à praia, ao cinema, viajar e conhecer novos lugares e pessoas. Mas como estou quase sempre fazendo vários filmes ao mesmo tempo, busco no próprio exercício do fazer minha inspiração e meu aperfeiçoamento.

Você faz alguma pesquisa para suas histórias?
Sempre pesquiso e estudo bastante sobre o tema que vou retratar no meu próximo filme! Procuro ver vários filmes que tem elementos em comum e conversar com pessoas que conhecem sobre esse novo universo que quero retratar. Mas também curto as vezes ir descobrindo ao longo do processo. Vou descobrindo fazendo. As descobertas fazem parte do processo de fazer aquele filme.


Longa "Vida de Balconista". Realizado para ser exibido nos celulares e que encerra a série "Mateus, o balconista".

Qual a importância das personagens para as histórias? Qual seu trabalho de desenvolvimento de personagens?
Os personagens nascem nos roteiros, mas são desenvolvidos durante os ensaios juntos com os atores. Como o roteiro não é meu forte, busco referencias, complexidade, e desenvolvimento dos personagens conversando e testando cenas nos ensaios com os atores.

Mesmo sendo pouca (a grana), tento filmar logo pra não perder o frescor das ideais, do tema e dos trabalhos com os atores. Às vezes nem tenho todo o dinheiro necessário pra fazer tudo, mas começo logo as filmagens. Acredito que a ação de começar a fazer atrai novos investidores e ajudas pra terminar o filme.

E como sair do roteiro para as telas?
Como não me utilizo muito dos editais e dinheiro do governo, quando desenvolvo um roteiro normalmente já tenho a grana pra filmar. Mesmo sendo pouca, tento filmar logo pra não perder o frescor das ideais, do tema e dos trabalhos com os atores.
Às vezes nem tenho todo o dinheiro necessário pra fazer tudo, mas começo logo as filmagens. Acredito que a ação de começar a fazer atrai novos investidores e ajudas pra terminar o filme.
Às vezes também divido o filme em partes. Filmo a primeira parte e com esse material faço um promo ou um trailer e dai corro atrás de mais grana pra filmar as outras partes. Quando a pessoa olha imagens já filmadas, fica muito mais interessada em entrar no projeto do que  apenas ver o roteiro e a ideia.



Um comentário:

  1. Nosso maior empreendedor não só da materialização dos filmes, mas das idéias! Grato pelas parcerias que me deram oportunidade de realizar alguns de meus mais recentes filmes ! Cavi é um luxo !

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